O 1ºGpAvCa foi formado em 18 de dezembro de 1943, composto por pilotos
da FAB, voluntários. Seu Oficial Comandante foi o Ten.-Cel.-Av. Nero
Moura.
O Grupo tinha um efetivo de 350 homens, incluindo 43 pilotos, e foi
enviado ao Panamá para ser treinado como unidade de caça pela USAAF, uma vez
que seus pilotos já tinham experiência de vôo -- um de seus pilotos, 2º Ten.-Av. Alberto M. Torres, afundou o U-199.
No Panamá, o Grupo sofreu sua primeira baixa -- o 2º Ten.-Av. Dante Isidoro Gastaldoni morreu quando seu
P-40C chocou-se contra o solo.
No dia 11 de maio de 1944, o Grupo foi declarado operacional e passou a
operar de forma independente nas missões de proteção à Zona do Canal.
Em 22 de junho, o Grupo foi enviado aos EUA para um curso de conversão
operacional no Republic P-47D Thunderbolt, avião que iria equipar o Grupo.
O 1ºGpAvCa embarcou para a Itália em 19 de setembro de 1944, chegando em
Livorno no dia 6 de outubro. Passou então a fazer parte do 350th Fighter Group USAAF, unidade formada em 1º de outubro de
1942 na Inglaterra. Muito dos seus primeiros pilotos haviam servido na Royal Air Force ou na Royal Canadian Air
Force. Quando dos desembarques anglo-norte-americanos no Norte da África (Operação
"Torch"), o 350th FG foi transferido para aquele Teatro de
Operações e seguiu com os Aliados a longa subida pela Itália, a partir de 1943.
O 350th FG era formado, até a chegada do 1ºGpAvCa, por três esquadrões: 345th Fighter Squadron ("Devil Hawk Squadron"), 346th FS ("Checker Board Squadron") e 347th FS ("Screaming Red Ass
Squadron"). Quando da incorporação do 1ºGpAvCa - o qual era conhecido como "1st Brazilian Fighter Squadron - 1st BFS" - ao 350th FG, esse era subordinado à 62nd Fighter Wing, XXII Tactical Air Command, 12th Air Force USAAF. Os códigos dos
esquadrões para comunicação via rádio eram os seguintes: 345th FS, "Lifetime"; 346th FS, "Minefield"; 347th FS,"Midwood";
e 1ºGpAvCa, "Jambock".
O símbolo do 1ºGpAvCa
O símbolo (ou "bolacha") do 1ºGpAvCa foi idealizado pelosTen.-Av.
Rui Moreira Lima, Ten.-Av. José Rebelo Meira de
Vasconcelos, Ten.-Av. Lima Mendes e pelo Cap.-Av. Fortunato C. de Oliveira, e desenhado por
este último, quando do deslocamento do Grupo para a Itália, a bordo do navio
transporte UST Colombie.
Sua composição pode ser descrita, conforme as palavras do próprio autor,
como segue:
- A moldura auriverde simboliza o Brasil;
- O campo rubro sobre o qual se situa o
avestruz guerreiro representa o céu de guerra onde combatiam os pilotos de
caça;
- A parte inferior, onde está
pousada a figura principal, são as nuvens brancas, o chão do aviador;
- O escudo azul com a constelação do
Cruzeiro do Sul é o símbolo usual que caracteriza as forças armadas do
Brasil;
- O avestruz representa o piloto de caça
brasileiro, tendo como inspiração a fisionomia do Ten.-Av. Lima Mendes, com seu perfil aquilino, e
ainda o estômago dos veteranos do 1ºGpAvCa;
- O quepe branco caracteriza mais nitidamente
a sua nacionalidade (parte do uniforme da FAB, à época);
- A arma empunhada pelo avestruz é a
representação do poder de fogo do P-47, com suas oito
metralhadoras .50;
- O dístico "Senta a Pua!" é o grito de guerra do
1ºGpAvCa;
- O risco, à direita, que é
encimado pela explosão de um obus, foi acrescentado posteriormente, quando
o 1ºGpAvCa entrou em combate, e representa a incessante e certeira ação da
artilharia antiaérea inimiga que fustigava os caçadores no teatro italiano
(tal adição só apareceu nas aeronaves recebidas como reposição por
perdas).
O uso de um avestruz como símbolo dos pilotos de caça brasileiros
remonta ao início da década de 40, quando pilotos brasileiros eram enviados aos
Estados Unidos para transladarem, por via aérea, as inúmeras aeronaves
adquiridas pelo Brasil, tanto de combate como de treinamento. A estada naquele
país trouxe aos pilotos novidades quanto aos hábitos alimentares: feijão
açucarado ("baked beans"), ovos e leite em pó, dentre outros.
O então Cel.-Av. Geraldo Guia de Aquino comparou-os a um bando de avestruzes e o apelido pegou.
O grito de guerra "Senta a Pua!" foi sugerido pelo então Ten.-Av. Rui, o qual ouvira-a do
então Cap.-Av. Firmino Alves de Araujo, na Base Aérea de Salvador; era uma expressão que concitava os
companheiros e subordinados a cumprirem rapidamente as missões e ordens que
dele recebiam. Ficou sendo, para a FAB, o equivalente ao "Tally-Ho!"britânico e ao "A la chasse!" dos franceses.
Caças da FAB
Fonte : Airlines.net
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