DIFERENTES MODELOS DO PAULISTINHA
Inspirado no norte-americano Taylor Cub, o EAY-201 fez seu primeiro vôo em 1935, inicialmente com o motor francês Salmson 9 AD radial, de apenas 40 hp e, posteriormente, com o motor Franklin de 65 hp, que giravam uma hélice de madeira. Além dessa mudança, o Ypiranga primitivo recebeu ainda a porção traseira da fuselagem.
O acervo do Museu Asas de Um Sonho, da TAM Linhas Aéreas, localizado em São Carlos, conta com um EAY-201 Ypiranga. Esta aeronave nunca voou e serviu de peça de decoração dos jardins da residência do senhor Francisco “Baby” Pignatari até os anos 1990, quando foi comprada por Odemar Rodriguez, que o restaurou sem o revestimento, para fins educacionais.
Em 1942, a Ypiranga foi vendida para a Companhia Aeronáutica Paulista (CAP), fundada no mesmo ano, e de propriedade de Francisco “Baby” Pignatari, que se tornou proprietária do projeto e do protótipo do EAY-201 Ypiranga. A CAP aperfeiçoou o EAY-201 Ypiranga e o renomeou CAP-4 Paulistinha.
EAY-201 Ypiranga
Fabricante: Empresa Aeronáutica Ypiranga
País de origem: Brasil
Comprimento: 6,45 m
Envergadura: 10,10 m
Lugares: 2 (em tandem)
Velocidade de cruzeiro: 119 Km/h
Velocidade máxima: 142 Km/h
Motor: Salmson 9 AD radial, de 40 hp e Franklin de 65 hp
A Companhia Aeronáutica, fundada em 1942, Paulista designou os engenheiros Romeu Corsini, Clay Presgrave e Adonis Maitino para modificarem o EAY-201 Ypiranga, o que foi feito em 10 meses e dez dias, e no dia 2 de abril de 1943, a aeronave voou pela primeira vez. O primeiro CAP-4, que lembrava o norte-americano Piper J-3, era um avião biplace, de asa alta, feito em estrutura tubular de aço, entelado, e tinha uma sapata no lugar da bequilha, na cauda, o que foi modificado em seguida. O motor utilizado foi o Franklin de 65 hp, que girava uma hélice de madeira desenvolvida pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), de São José dos Campos.
Foram fabricados 777 CAP-4 Paulistinha de 1943 até 1949. Mais de 20 mil pilotos foram tiraram o brevê nessa aeronave, que tinha como principais atrativos a segurança e o baixo custo operacional, e por isso, foi escolhida pela Campanha Nacional de Aviação, liderada pelo Ministro da Aeronáutica, Slagado Filho, durante o governo de Getúlio Vargas, quando apenas 189 aviões estavam registrados, sendo que apenas 100 voavam.
Para se ter uma idéia da popularização do avião, em 1943 era fabricado um CAP-4 Paulistinha por dia, e quase todas as partes do avião eram manufaturadas no Brasil, exceto o motor.
Apoiada pelos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, a Campanha Nacional de Aviação conseguiu recursos para comprar os aviões e, posteriormente, doá-los aos aeroclubes. O slogan da campanha era: “Dê Asas ao Brasil”. Os métodos de Chateaubriand eram no mínimo estranhos, mas o resultado foi impressionante, já que em 1946 havia 963 aeronaves registradas, sendo que 800 foram doadas durante a campanha, que terminou em 1949, depois de criar mais de 300 aeroclubes. Outros CAP-4 voaram na Marinha, anteriormente à criação da FAB (Força Aérea Brasileira).
CAP-4 Paulistinha
Fabricante: Companhia Aeronáutica Paulista
País de origem: Brasil
Comprimento: 6,65 m
Envergadura: 10,10 m
Altura: 1,95 m L
ugares: 2 (em tandem) V
elocidade de cruzeiro: 140 km/h
Velocidade máxima: 155 km/h
Motor: Continental A-65 de 65 hp
Em 1952, o Ministério da Aeronáutica encomendou um lote de 80 Piper PA-18, muito parecido com o CAP-4, nos Estados Unidos. Incentivado pela atitude do governo brasileiro, no dia 2 de outubro de 1954, quando já não existia a CAP, José Carlos de Barros Neiva criou a Sociedade Aeronáutica Neiva, na cidade do Rio de Janeiro, onde fabricava os planadores de madeira Neiva B Monitor, usados para instrução de vôo, e os BN-2, de competição.
Pouco tempo depois, a Neiva foi transferida para Botucatu, e negociou os direitos industriais do CAP-4 com o Ministério da Aeronáutica. José Carlos modificou o avião reposicionando o tanque e a seletora de combustível, que rcebeu uma proteção para evitar o fechamento acidental, e alterando as portas da cabine, as janelas, o capô do motor e os instrumentos, além de utilizar um propulsor mais potente, um Lycoming de 100 hp, e o batizou P-56 (P de Paulistinha e 56 do ano do projeto - 1956).
Para motorizar o P-56, a Neiva adotou o Continental C90 8F, de 90 hp, mas como não foi possível adquiri-lo no Brasil, utilizou o Continental C90 14F, também de 90 hp, mas que tinha partida elétrica, e mudou o sistema para manual para certificá-lo em 1957. Em setembro do mesmo ano, o Ministério da Aeronáutica fez uma encomenda de 19 P-56, que receberam os motores Lycoming O235B, de 100 hp, de propriedade do governo brasileiro, e a Neiva o designou P-56B.
Com a aquisição dos motores Continental C90 8F, de 90 hp, a Neiva homologou o P-56C (C de Continental) em 1960. Em seguida, o fabricante criou os modelos P-56B1, que recebeu um motor Lycoming de 115 hp, utilizado para pulverização de lavouras, e o P-56C1, que recebeu o motor Lycoming O320, de 150 hp, e foi usado como rebocador de planadores.
Foram fabricados cerca de 260 Neiva P-56 Paulistinhas. A maioria foi comprada pelo Ministério da Aeronáutica e doada aos aeroclubes, que, posteriormente, venderam alguns modelos a pilotos particulares, e outros, chegaram a voar até na FAB.
P-56 Paulistinha
Fabricante: Indústria Aeronáutica Neiva
País de origem: Brasil Comprimento: 6,76 m
Envergadura: 10,76 m Altura: 2,08 m
Lugares: 2 (em tandem)
Velocidade de cruzeiro: 80 mph
Velocidade máxima: 93 mph Distância de decolagem: 285 m
Distância de pouso: 250 m
Autonomia: 4h30min
Capacidade dos dois tanques: 92 litros
Motor: Continental C90 8F, de 90 hp, Continental C90 14F, também de 90 hp, Lycoming O235B, de 100 hp, Lycoming de 115 hp e Lycoming O320, de 150 hp